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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Eu descobri a Antropologia ou ela que me descobriu?



   A antropologia teve início com a vontade de expandir os domínios europeus, o continente ansiava de certa forma civilizar os locais onde não se tinha padrões de cultura e desenvolvimento iguais aos europeus, para que pudesse haver um domínio cultural e mercantil, pois se as pessoas tivessem uma cultura parecida com a europeia teriam também uma necessidade parecida de produtos industrializados a comprar, isto seria extremamente benéfico à economia local. Nesta fase a antropologia ainda engatinhava em relação quanto a ser uma ciência, apenas alguns pensadores favoráveis a ela desbravam o mundo em busca de estudar costumes e sociedades que existiam nas diversas faces do globo.


    Vemos nestes períodos algumas citações científicas feita para verificar como eram os costumes de sociedades distintas as consideradas superiores que viviam na Europa. Abordaremos neste instante a algumas destas “visitas” feitas no Brasil.


    Podemos iniciar com a carta feita por Pero Vaz de Caminha enviada a coroa Portuguesa para demonstrar a descoberta da terra nova encontrada, percebesse a meu ver que ela demonstrou sim, como eram as novas terras descobertas, mas vemos que esta carta tinha interesses em mostrar ao resto do continente Europeu uma visão pacifica e linda das novas terras encontradas, “paraíso” como eles diziam. Nesta carta já vemos aquele interesse em descrever de que forma esta descoberta seria rentável a coroa.

    Logo após no século XVI temos os relatos de Hans Staden em seu livro -Duas viagens ao Brasil- quando conta sobre as suas duas visitas ao país, a primeira veio como artilheiro português situação essa que foi propicia ao encontro dele com os índios, a segunda quando foi literalmente raptado por índios e após alguns anos foi trocado por mercadorias com os franceses, nesta segunda visita ele faz uma citação detalhada da cultura das sociedades indígenas que esteve inserido.

    Nestas duas vemos a antropologia tomando suas formas pouco a pouco, logo após, no século XIX temos algumas melhorias nas formas de estudo das sociedades com Thomaz Lindley e Thomaz Ewbank que fizeram visitas a Bahia e Rio de Janeiro respectivamente, demonstrando de forma satisfatória como eram ao olhar etnocêntrico deles a sociedade brasileira.

    Essa fase de viajantes foi de grande importância para a antropologia, pois deu inicio a forma de ela ser, estudando o ser humano de uma determinada sociedade e assim uma forma de entendê-lo, rapidamente estes relatos foram observados e tidos como uma peça chave para a dominação de povos não europeus, pois conhecendo seus costumes conheceriam suas fragilidades e necessidades.

    Vemos aqui o etnocentrismo sendo apontado pelo fato de eles (os viajantes) mostrarem a expressão de um contexto humano este sempre sendo analisado pela visão a qual o relator demonstra a superioridade de sua cultura, vamos definir a palavra etnocentrismo segundo o dicionário Michaelis UOL como: a disposição habitual de julgar povos ou grupos estrangeiros pelos padrões e práticas de sua própria cultura ou grupo étnico

    Podemos afirmar então que a antropologia deve suas primeiras engatinhadas às expedições feitas por estrangeiros a países subdesenvolvidos, estas tendo sempre algum motivo egoísta, seja ele, financeiro ou para demonstrar superioridade.

Intera-se também que tais estudos (que na época ainda não eram considerados antropólogos) contribuíram infinitamente para entendermos as sociedades da época. Pois podemos verificar quando e onde começaram a nascer as faces distintas do globo que posteriormente se chamariam de mundo “DESENVOLVIDO” e mundo “SUBDESENVOLVIDO”

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